Eu nunca me adaptei a despedidas.
Seja o fim de uma noite ou o retorno de uma viagem, pode
ser o fim do feriado, a distância do trabalho, a partida, o abandono, o adeus.
Algo não se encaixa direito quando chega o meu momento do “the end”.
A cultura popular e as revistas de bolso afirmam
categoricamente que o bom ariano configura-se como empreendedor nato, ousado e
impulsivo. Ele começa, transgride, dá o primeiro passo, ele vai além e é
excelente para quem quer abrir um novo negócio. O bom ariano é o início, não o
fim.
Apagar a luz nunca foi o meu forte, sorrir no adeus e
imediatamente pensar só no que for bom está além do que consigo neste instante.
Inevitavelmente não é possível fugir do adeus. Nos
despedimos do ventre, da infância, da escola, das pessoas, dos momentos e das sensações.
Damos tchau todos os dias e recomeçamos um fim a cada instante.
Nascer é dar adeus à vida o tempo todo, ainda não me
adaptei a esta realidade, por isso vou começando uma nova experiência a cada
oportunidade e fazendo das possibilidades ainda mais momentos para postergar o
fim.
“A hora do encontro é também despedida a plataforma desta
estação, é a vida.”
Milton Nascimento e Fernando Brant
Tchau Tchau