quinta-feira, 7 de junho de 2012

Também existe morte na despedida


Eu nunca me adaptei a despedidas.
Seja o fim de uma noite ou o retorno de uma viagem, pode ser o fim do feriado, a distância do trabalho, a partida, o abandono, o adeus. Algo não se encaixa direito quando chega o meu momento do “the end”.

A cultura popular e as revistas de bolso afirmam categoricamente que o bom ariano configura-se como empreendedor nato, ousado e impulsivo. Ele começa, transgride, dá o primeiro passo, ele vai além e é excelente para quem quer abrir um novo negócio. O bom ariano é o início, não o fim.

Apagar a luz nunca foi o meu forte, sorrir no adeus e imediatamente pensar só no que for bom está além do que consigo neste instante.

Inevitavelmente não é possível fugir do adeus. Nos despedimos do ventre, da infância, da escola, das pessoas, dos momentos e das sensações. Damos tchau todos os dias e recomeçamos um fim a cada instante.

Nascer é dar adeus à vida o tempo todo, ainda não me adaptei a esta realidade, por isso vou começando uma nova experiência a cada oportunidade e fazendo das possibilidades ainda mais momentos para postergar o fim.

“A hora do encontro é também despedida a plataforma desta estação, é a vida.”
Milton Nascimento e Fernando Brant

Tchau Tchau