Tenho sempre a impressão de que as
pessoas são frouxas.
Medrosas em seus desejos e muito
pouco preparadas para a ousadia de viver tanto tempo. São medos disfarçados em
agressões, imóveis, corpos perfeitos, cirurgias plásticas, carros, roupas, alteregos
e mentiras. Existe um medo intenso de viver verdadeiramente, de sorrir, de
celebrar a felicidade, de arriscar tudo e de aguçar a inveja vizinha.
Sempre opto por fugir deste
papel.
Desejo mudar, tentar, errar,
arriscar, falar da minha verdade, gastar tudo, ler um livro até a metade,
empreender, exercer dez funções ao mesmo tempo, faltar tempo, ser honesto na
medida do possível e harmônico enquanto houver força. Chega de pequenos medos e
de inseguranças alicerçadas em reconhecimentos inexistentes, tentar agradar o
mundo em contrapartida aos seus reais desejos jamais trará a admiração de
outrem.
Prazer de verdade é rir sem
programação e viajar sem ter destino. Sabe aquele dia em que tudo poderia dar
errado porque você saiu sem lenço e sem documento, mas tudo foi “melhor do que
planejado”? Pois bem, a ordem do mundo está no ciclo da chuva que retroalimenta
nossos mananciais, na circulação do dinheiro e não na retenção e acúmulo e na
produção continua de novos saberes. Medo e estagnação só limitam nossa existência
a longevidade e ao acúmulo de sensações e sonhos não experimentados.
“Eu tenho o maior medo desse
negócio de ser normal.”
John Lennon
Tchau Tchau
Obs – Pri Mércia, esse texto tem
a sua energia. Dedico-o a você!