Posso
concluir que vivemos numa cultura de dissabores.
Teóricos
como Lombardia ou Tapscott defendem que os intempestivos e inconformados
nascidos na geração Y fazem do mundo um ambiente mais acelerado as mudanças.
Zygmunt
Bauman desenvolveu com maestria a teoria da liquidez, teoria essa que me
encanta, definindo com efêmero e descartável o consumo, o amor e a vida.
Acredito
que o dissabor das “coisas”, uso coisa propositadamente, está neste misto de
globalização, imediatismo, capitalismo, pressão social, domínio e descarte em
que vivemos.
Somos
frustrados ou nos frustramos?
Quem
domina quem?
O
dissabor está nas expectativas não atingidas, nos aborrecimentos diários, nos
contratempos.
Em
um parâmetro podemos concluir que as expectativas então extrapolam as
possibilidades. Teóricos de autoajuda afirmam que se trata da necessidade de
uma reconfiguração mental, o famoso “Segredo”.
Penso
eu, se assim tiver direito, que vivemos de conseqüências, somos frutos do
previsível e inevitável. A geração Y não é uma reconfiguração genética, mas o
resultado de um sistema cada vez mais febril e opressor.
Para
mim, não temos como fugir, tudo o que vier se baseia em teoria fractal e tudo o
que será é consequência do dissabor óbvio do resultado atual.
Felicidades
fortuitas e efêmeras, relações frágeis e descartáveis, prazeres momentâneos e
sonhos inconsequentes. Somos, radicalmente, isso hoje.
Eu
gostaria de ser algo diferente amanhã.
“Infinitamente
belo, insuportavelmente efêmero.”
Rubem
Alves
Tchau
Tchau