terça-feira, 29 de maio de 2012

"Vário.Temporário.Efêmero."


Posso concluir que vivemos numa cultura de dissabores.

Teóricos como Lombardia ou Tapscott defendem que os intempestivos e inconformados nascidos na geração Y fazem do mundo um ambiente mais acelerado as mudanças.

Zygmunt Bauman desenvolveu com maestria a teoria da liquidez, teoria essa que me encanta, definindo com efêmero e descartável o consumo, o amor e a vida.

Acredito que o dissabor das “coisas”, uso coisa propositadamente, está neste misto de globalização, imediatismo, capitalismo, pressão social, domínio e descarte em que vivemos.

Somos frustrados ou nos frustramos?

Quem domina quem?

O dissabor está nas expectativas não atingidas, nos aborrecimentos diários, nos contratempos.

Em um parâmetro podemos concluir que as expectativas então extrapolam as possibilidades. Teóricos de autoajuda afirmam que se trata da necessidade de uma reconfiguração mental, o famoso “Segredo”.

Penso eu, se assim tiver direito, que vivemos de conseqüências, somos frutos do previsível e inevitável. A geração Y não é uma reconfiguração genética, mas o resultado de um sistema cada vez mais febril e opressor.

Para mim, não temos como fugir, tudo o que vier se baseia em teoria fractal e tudo o que será é consequência do dissabor óbvio do resultado atual.

Felicidades fortuitas e efêmeras, relações frágeis e descartáveis, prazeres momentâneos e sonhos inconsequentes. Somos, radicalmente, isso hoje.
Eu gostaria de ser algo diferente amanhã.


“Infinitamente belo, insuportavelmente efêmero.”
Rubem Alves

Tchau Tchau

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