quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O valor do seu riso vale um horário político


Críticas variadas às comunicações realizadas durante a campanha política 2010 no Brasil pulsam enlouquecidas em cada poro do meu corpo.

Excesso de photoshops, mundos paralelos, demagogos sem fim, obras fantasmas e a mesmice de um horário eleitoral feito para poucos assistirem, muitos se iludirem e alguns rirem me faz sentir transportado ao país das maravilhas tendo os olhos inocentes da doce e boba Pollyanna.

O circo está armado e o show começa com as mesmas acrobacias: partidos pobres x partidos ricos, coligações fortes x coligações fracas, puxadores x representantes do povo, excelentes materiais de campanha x bizarrices sem precedentes, e no meio de tudo isso uma platéia que deseja no fundo da alma subir de classe social e garantir que o país avançará para algum lugar. Isso mesmo: para qualquer lugar, pois do jeito que está não pode ficar.

Ops. Me lembrei do “pior que tá, não fica!” mas isso é outro assunto.

Muitos eleitores não sabem, e provavelmente continuarão sem saber, mas a propaganda eleitoral gratuita não tem nada de gratuito. Quem acredita que exista a benesse dos veículos de comunicação em ceder seus espaços para os aspirantes políticos apresentarem seus shows de propostas estão muito enganados. Este ano o subsidio para as emissoras de TV e rádio atinge a singela cifra de R$ 851 milhões, e quem paga a conta – claro – é você querido eleitor!

A compensação às emissoras de televisão e rádio com a dedução nos impostos de renda existe desde 1970, mas a cada ano aumenta tanto que o assunto já virou conteúdo de discussão e por isso uma conta foi realizada pelo Tribuna do Piauí dividindo valor gasto x números de eleitores = que foi totalizado em R$ 6,20 para cada um dos 135,8 milhões de eleitores.

Sinto-me como um cachorro na frente de um frango assado a cada proposta que os políticos apresentam em seus VTs, mas da mesma forma sei que meu próximo disfarce será de Evan – Efeito Borboleta – querendo voltar no tempo e corrigir loucamente o erro irremediável das urnas.

Mundos de fantasia e realidades tão verdadeiras quanto uma cédula de R$ 3,00 em período de campanha são as artimanhas dos nossos representantes políticos que cativam os eleitores e produzem na nossa sociedade a manutenção de uma população ignorante e sedenta por uma chance de mudar de vida no show bussines.

Mas o show não pode parar!

“Uma vida não questionada não merece ser vivida”. Platão

Tchau Tchau

4 comentários:

  1. Este é o nosso Brasil!

    O que seria... realizações em meios publicitários com tendência a "obter" "simpatizantes" por algum ideal político partidário, ou mesmo assegurar votos, virou motivo de risos e risos em frente a TV!

    Hoje, rimos daqueles que aparecem na telinha, (mal) intencionados a ocupar cargos decisórios ao nosso Brasil.


    Beijo!

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  2. Concordo com "Adri". Este é o nosso Brasil.

    A política só terá seu real sentido quando o interesse coletivo for maior que o individual. Enquanto isso, seremos marionetes e muitas vezes responsáveis pelo espetáculo já que somos comunicólogos e contratados para planejar essa encenação.

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  3. Cara e tirando tudo isso que vc falou quem apostou em super produção do PT, meus eu quase choro quando vejo o horário da Dilma, poderia disputar o Oscar.

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  4. Pois bem Adri as campanhas são cada vez mais espetaculares e rir é um absurdo mas é o que nos resta infelizmente.

    De fato Z7 estamos submersos no sistema, lembro de Rousseau: "O homem nasceu livre e por toda a parte vive acorrentado..."

    Diego! A campanha do PT transformou Dilma em uma mulher de verdade. Parece que ela é de carne e osso!Rsrs. De fato emocionante.

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