quarta-feira, 21 de julho de 2010
Vende-se Viado Preto: R$ 1,99
“A carne mais barata do mercado é a carne negra”, essa é a afirmação ousada de Seu Jorge, Marcelo Yuca e Wilson Capellette para apresentarem a situação da discriminação e racismo latente na nossa sociedade “igualitária”, “democrática” e “moderna”.
De acordo com o IBGE (pesquisa realizada entre 1996 e 2006) dos 14,4 milhões de analfabetos no Brasil cerca de 10 milhões são pretos e pardos, no que se refere ao mercado de trabalho a situação é também preocupante: brancos ganham em média 40% a mais do que pardos e negros com a mesma escolaridade o que os coloca com o domínio de 73% da população mais pobre do país.
Desabafo: É difícil conseguir aceitar que em uma sociedade com tantas diferenças e sendo todos passíveis de discriminação encontremos sujeitos com atitudes excludentes. Quero saber quem neste país se julga superior a qualquer etnia, gênero, cultura, nível social, opção sexual e que não está incluído na definição de “minorias” (majoritárias)?
Uma pesquisa realizada pela Fipe em 2009 revelou que 99,3% das pessoas envolvidas com educação nas escolas brasileiras possuem atitudes preconceituosas, sendo o preconceito mais comum e dominante - 96,5% - direcionado a pessoas com necessidades especiais.
Quando o assunto é discriminação sexual o “buraco é tão mais embaixo” quanto o racismo. O Ministério da Saúde realizou uma pesquisa no ano de 2008 em 10 cidades brasileira e concluiu que os homossexuais possuem 11 anos a mais de estudo do que os heterossexuais e utilizam preservativos com 50% maior frequência. Mesmo com essa confirmação os gays ainda são discriminados em casa, no trabalho e em comunidade mas se posicionam socialmente e inconscientemente seguem o que disse Mandela “a educação é a mais poderosa arma pela qual se pode mudar o mundo”.
O Brasil é uma das maiores economias do mundo, ao longo de muitas décadas foi considerado o país da “democracia racial”, não possui religião oficial e carrega em suas veias uma triste história de intolerância e barbaridades.
Cabe a quem mudar os dados destas pesquisas? Quem pode se julgar além do bem e do mal e justificar atitudes excludentes? O que justifica tanta pressão da Igreja Católica em um país laico? “Brasil, mostra sua cara...!”
“A igualdade repugna de tal modo aos homens que o maior empenho de cada um é distinguir-se ou desigualar-se”. Marquês de Maricá
Tchau Tchau
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Muito bom mesmo e triste realidade
ResponderExcluirSó tenho uma palavra para descrever essas atitudes: Primativo!
ResponderExcluirEssa frase pichada no muro foi realizada aqui em POA, quando a UFRGS adotou cotas raciais como um dos processos seletivos para o vestibular. Sou branco e favorável às cotas raciais como algo que devemos aos negros pela herança histórica de abusos que foram cometidos. Mas também sou favorável às cotas sociais, que levem em consideração as condições financeiras de quem pretende estudar. Mas isso já é outro assunto. O texto fica como alerta pra esta triste situação.
ResponderExcluirAbraços
Mateus
@ocappuccino
Me sinto muito triste com essas atitudes sem fundamento.
ResponderExcluirA indignação a exclusão me deixa sem palavras.
Obrigado Diego, Marina e Mateus pela colaboração!
Um abraço!