O
mundo está ao contrário e ninguém reparou?
Eu
reparei. Não fiz muita coisa para mudar, mas tenho observado de cima da minha
inconstância.
Abusos,
absurdos, rumores, humores, desamores, descontroles, dissabores... Tantas
intempéries cotidianas que as vezes a desgraça perde até a graça se não
transformada em piada.
Deus
me perdoe, e que meus filhos não paguem, mas faço piada da minha vida
perpassando a sua, gosto da acidez de quem não alimenta preconceitos e da
rapidez de quem entende a piada sem terminar de ouvir. Tem coisa melhor do que
não precisar explicar a ironia? E a liberdade de ser politicamente incorreto
por ser assim a melhor forma de fazer graça da sua própria condição?
Aaaaaa,
poupem-me os hipócritas e afastem-se de mim os deselegantes. Não me permito
sorrisos aos racistas, preconceituosos, vaidosos, grosseiros e petulantes,
tampouco crio vínculos com moralistas e donos da verdade. Me encanto mesmo
pelos livres! Os que abraçam e sorriem a qualquer hora e com qualquer música,
que além de terem sempre um brilho no olhar, carregam a baianidade de serem “família”
depois do segundo segredo, ou segundo copo (o que dá no mesmo) e nunca serão
invisíveis.
Discrição
para que? Eu quero pegadas na areia e nome riscado no chão. Um pouco de dor e
amor transbordando cai sempre bem com vodka e gelo. Me apaixono a primeira
vista, amo escandalosamente e um dia desamo, mas não desamo para sempre, ignoro
por segundos e aí então nasce o segredo do novo amor. Ou será pela mesma
pessoa, ou por qualquer transeunte que sonhe comigo o futuro.
Quero
mais graça, de graça!
Um
dia, talvez, eu desça do muro e tenha um lado na moeda. Hoje eu fico no meu
muro a atirar tomates nos corpos sem alma, não que isso tenha graça, mas ao
menos faço da minha desgraça um pouco de piada para entreter a minha própria
dúvida.
Muito bom!
ResponderExcluir"Quero mais graça, de graça!"
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