segunda-feira, 10 de junho de 2013

Qual é a sua graça?


O mundo está ao contrário e ninguém reparou?
Eu reparei. Não fiz muita coisa para mudar, mas tenho observado de cima da minha inconstância.

Abusos, absurdos, rumores, humores, desamores, descontroles, dissabores... Tantas intempéries cotidianas que as vezes a desgraça perde até a graça se não transformada em piada.

Deus me perdoe, e que meus filhos não paguem, mas faço piada da minha vida perpassando a sua, gosto da acidez de quem não alimenta preconceitos e da rapidez de quem entende a piada sem terminar de ouvir. Tem coisa melhor do que não precisar explicar a ironia? E a liberdade de ser politicamente incorreto por ser assim a melhor forma de fazer graça da sua própria condição?

Aaaaaa, poupem-me os hipócritas e afastem-se de mim os deselegantes. Não me permito sorrisos aos racistas, preconceituosos, vaidosos, grosseiros e petulantes, tampouco crio vínculos com moralistas e donos da verdade. Me encanto mesmo pelos livres! Os que abraçam e sorriem a qualquer hora e com qualquer música, que além de terem sempre um brilho no olhar, carregam a baianidade de serem “família” depois do segundo segredo, ou segundo copo (o que dá no mesmo) e nunca serão invisíveis.

Discrição para que? Eu quero pegadas na areia e nome riscado no chão. Um pouco de dor e amor transbordando cai sempre bem com vodka e gelo. Me apaixono a primeira vista, amo escandalosamente e um dia desamo, mas não desamo para sempre, ignoro por segundos e aí então nasce o segredo do novo amor. Ou será pela mesma pessoa, ou por qualquer transeunte que sonhe comigo o futuro.

Quero mais graça, de graça!

Um dia, talvez, eu desça do muro e tenha um lado na moeda. Hoje eu fico no meu muro a atirar tomates nos corpos sem alma, não que isso tenha graça, mas ao menos faço da minha desgraça um pouco de piada para entreter a minha própria dúvida.

2 comentários:

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