Sabe
quando você precisa de um minuto de silêncio? Não para ficar só, mas para
refletir, reorganizar, reabastecer e se despir de velhas roupas.
Aquele
instante em que a água borbulha e é preciso manter a espinha ereta. Nesta hora,
nada melhor que uma mão firme e um olhar atenuante, sem amarras, sem medos e
sem distâncias
.
O
bom mesmo é compartilhar o silêncio e conversar entre respirações. Parece bobo,
ou até pesado demais, mas quem não experimenta de momentos assim?
Bom
seria se pudéssemos gritar, ou em alguns momentos fugir, mas não, o tempo não
para.
Difícil
mesmo é misturar cabeças e travesseiros. Uma hora a coroa nos serve e em outras
parece brilhante demais, em uma hora alçamos voo, em outras sentimos medo de
acordar.
Queria
poder brincar de ser menino e apagar os medos e anseios, queria fingir que
amanhã é domingo e que depois de domingo vem um outro domingo, e jamais deixar
de lado a inocência que já foi tão minha e os sonhos que me acompanham a cada
novo respirar.
Vai,
vai domando um leão por dia e marcando o solo com seus pés quase sempre
descalços, vai a luta por um sol sempre quente e uma sombra a espera, vai
devagar e sem forçar a corda, vai junto, vai leve, vai em paz.
Desistir?
Jamais! Eu quero é mais amor, aroma, sabor, calor... Assim, de mãos dadas,
mente firme e pés entrelaçados.
Um
dia, ainda nesta vida, eu não serei mais um guerreiro, mas sim uma bela e
imponente nação.
“Estou
no começo do meu desespero, e só vejo dois caminhos: ou viro doida, ou santa.”
Adélia
Prado
Tchau
tchau